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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Comentário à Missa do próximo domingo

Domingo XXX Tempo Comum
23 de Outubro de 2011
Deus na boca e o diabo no coração
O Apóstolo São Paulo dá conta à comunidade de Tessalónica da grande alegria que sente, pelo facto de a comunidade se ter tornado exemplar, pois abdicou dos ídolos e converteu-se, sob a acção do Espírito Santo, a Deus.
Esta mensagem encontra um eco muito grande no mundo de hoje, são muitos os ídolos que se fabricam por todo o lado. Por isso, este regozijo de São Paulo em relação à comunidade dos Tessalonicenses, para nós converte-se em apelo. O mundo de hoje precisa de descobrir que os ídolos que se fabricam por todo o lado, são efémeros, não salvam e muito menos conduzem à felicidade verdadeira e douradora. Só o amor nos liberta da opressão.
As frequentes modas que a lógica mercantilista que o nosso tempo fabrica, facilmente manipulam as pessoas, especialmente, as camadas juvenis. Não trazem felicidade nenhuma e convertem-se em manias flácidas e tão efémeras que na próxima moda já fazem parte de um passado longínquo.
Não censuramos o facto de algumas coisas serem importantes num determinado momento, por exemplo, a música, o desporto, os modos de vestir e outras expressões que não deixam de ser culturais e importantes para fazer a história de uma época. Mas, quando as coisas se convertem em idolatria, em seguimentos cegos e em manipulações inconscientes, estamos então perante realidades que não libertam, mas antes alienam como se fossem ópio ou droga que conduz à destruição da dignidade da pessoa humana.
A correria que se faz atrás de determinados jogadores, músicos e todas as figuras da moda, ostentando posters e imitando o que eles fazem, o que são e o modo como se apresentam, parece uma adoração distorcida e um gosto duvidoso. Esta forma de viver pode trazer alguma felicidade, mas não verdadeira nem muito menos perene.
A felicidade autêntica descobre-se no modo como cada um e cada qual é. O seu modo de ser, pensar e agir são únicos e cada pessoa deve procurar essa idiossincrasia que está em si mesmo e nunca fora de si. Deus criou cada pessoa única e insubstituível no modo de ser e de agir. Por isso, com esta palavra de São Paulo, nós aprendemos a procurar sermos nós próprios com a ajuda de Deus e nisso consiste já à partida o início do caminho da felicidade.
Nesta procura poderá ajudar-nos imenso a mensagem do Evangelho que nos diz, de forma clara, que toda a acção de Deus radica no amor – o amor a Deus e aos outros, os nossos próximos, como alude a mensagem cristã. O mandamento do amor não pode separar-se, «amar a Deus» é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é conversa que não constrói o mundo ou antes o destrói porque teima em se levantar com pressuposto errados: o egoísmo, a ganância, o roubo e todo género de malvadez que preenche o coração e a mente da humanidade.
No fundo, pretende Jesus fazer-nos ver que não basta caminhar com Deus na boca desfilando rezas e mais rezas se o diabo está no coração. Porque não basta a religiosidade bem cumprida. Qualquer atitude a este nível implica sempre uma prática consequente que justifique acção religiosa. Só assim será útil escutar e comungar de um projecto que salva cada pessoa e, esse que se salvou, tudo faz para que os outros também participem da mesma salvação.
JLR

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