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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Homenagem ao grande médico da dor

- Dr. Rui Silva, médico dos cuidados continuados do Hospital Central do Funchal...
Os tratadores da saúde também morrem. Neste dia, Deus chamou à sua casa, o Dr. Rui Silva (o Ruizinho, como várias vezes escutei dos lábios carinhosas da sogra, que recentemente também subiu os degraus da casa de Deus Pai).
Deixo aqui uma singela homenagem ao grande homem e médico, que Deus me proporcionou conhecer. Não esqueço a sua bondade, o seu silêncio, a sua paz, a sua preocupação constante pelos outros, a sua fé e o grande mistério que foi toda a sua longa luta contra a doença.
Uma grande lição que nos deu a todos o Dr. Rui Silva. Obrigado Dr. Rui e que nesta hora liberto de toda a dor, após a morte (a maior das terapias da dor), goze para toda a eternidade a grande recompensa do amor de Deus, que sei estar reservada no coração de Deus Pai para todos aqueles que como o Dr. Rui se entregam de alma e corpo ao serviço da vida para todos. É isso que guardamos de si e mais sabemos que o seu testemunho fica entre nós, para dar muito fruto de libertação da dor que faz da vida deste mundo muitas vezes um calvário para tantos.
Da sua vida neste mundo confirma-se em absoluto para nós a palavra do Evangelho: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24).
Ah meu grande irmão e amigo… Como te agradeço a Eucaristia mais importante da minha vida, celebrada no quarto do teu martírio. Ali estavas contorcendo-te por causa das dores e vergado ao peso da cruz, mas rezaste e comungaste o Pão da esperança e do amor de Deus, que é a Eucaristia. A emoção foi forte, porque o mistério é denso, mas a esperança alegrava por dentro, porque sabíamos já que esta «festa» era importante para ti, que a pediste, como antecipação da «festa» maior que Deus já te preparava no céu. Aí a tens. Olha por todos nós, pela tua família que te amou com amor forte, pelos teus doentes que não sabem reclamar nada de ti e por todos os que tiveram a sorte de contemplar em ti o mistério. Deste mistério que foste neste mundo, tiram ensinamentos de coragem e força para fazerem tudo do modo desinteressando como tu o fazias para que nas tuas mãos a dignidade dos outros não fosse palavra vã.
Em António Gedeão, aprende-se na condensação das palavras o essencial. E isso nos basta...
......
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
......
Até um dia grande irmão e amigo…
José Luís Rodrigues

1 comentário:

Porque morrem as palavras? disse...

Não conheci o Homem, mas ouvi falar dele. Os homens grandes deixam sempre o testemunho da sua passagem.
Que Deus o tenha .