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terça-feira, 13 de março de 2012

O Orçamento da Região que já foi autónoma da Madeira

Em tudo tem que haver culpados. Ei-los, o acordo entre o Governo Regional e do Governo da República Portuguesa, a Troika também tem a sua quota-parte de culpa, para que o Orçamento do Governo Regional 2012 seja tão duro para todos nós.
Mas, será que são mesmo estas entidades as verdadeiras responsáveis por um Orçamento Regional tão duro para o povo da Madeira? Não serão antes todas as estratégias delineadas a favor de alguns e contra a generalidade do nosso povo? Não terão sido todas as obras desnecessárias? Os avales concedidos aos fidelíssimos? Os subsídios a rodos para tudo o que mexesse nesta terra? Os eleitores que só souberam ver num sentido único? As festanças a pretexto de tudo e de nada? Os passeios e comezainas de borla para os idosos e não só? - Ora um circo interminável que implicava gastos intermináveis de dinheiro que não tínhamos…
Agora chegou a conta. Um Orçamento que nalguns aspectos continua com algum o festim, milhões para o Jornal da Madeira a pretexto do «pluralismo informativo» (expressão feia para se utilizar numa terra que não tolera o contraditório nem muito menos o diferente) e para se pavonearem os chefes das instituições regionais, começando pelos das intuições públicas e acabando na Diocese do Funchal. Esta gente, que nos custa os olhos da cara.
Não vamos esquecer a vergonha dos milhões concedidos aos partidos representados na Assembleia Regional da Madeira (o famoso Jackpot). Uma situação que indigna toda gente e a par dos milhões para o JM, podemos dizê-lo claramente, estamos perante a maior ofensa aos pobres da nossa terra.
Entretanto, agravam-se os impostos que sobrecarregarão as famílias em aflição com a conta do supermercado, a conta da luz, da água e as prestações bancárias... As escolas estão na penúria, falta-lhes tudo, só a generosidade dos professores e dos pais dos alunos é que vai minorando esta desgraça. Já cansa ouvir-se falar da falta de comida nas escolas, alunos a chegarem à escola com fome entre outras misérias que por aí vão tomando conta do que é verdadeiramente importante para o nosso futuro colectivo.
O nosso hospital não tem medicamentos e os bens essenciais para funcionar com os cuidados fundamentais para os doentes e todo o pessoal que ali trabalha. Porém, espaço e tempo não falta para realizar-se abortos a torto e direito. Os tempos são de dificuldades, todo o mundo diz, para quê salvar crianças ou colocá-las no mundo para sofrerem? Para onde vamos com esta mentalidade necrófila e com este descalabro sobre a banalidade da vida? Onde andam as políticas para a família e o dinheiro para salvar crianças? Onde estão as políticas da natalidade para que a desgraça do aborto indiscriminado tenha um fim?
Face a este panorama vislumbram-se tempos sombrios, cheios de dificuldades para todos nós. A pobreza agrava-se cada dia. O desemprego uma fatalidade para tantos. A solidão dos idosos uma tragédia. A fome será uma realidade quotidiana (basta passar um dia à noite a trás do Mercado dos Lavradores para aferimos da quantidade de gente que por ali recolhe a tão esperada refeição e penso que não se achegam mais por vergonha ou desconhecimento).
Assim, esperávamos por um Orçamento preocupado com a justiça social, com o bem comum e apostado em promover a dignidade das pessoas. Até lá, aguardemos que a discussão na Assembleia seja frutífera e todos os quadrantes partidários apresentem propostas que vão ao encontro do bem-estar para todos. Se se centrarem nos interesses partidários e na lógica guerreira típica dos partidos políticos, então estaremos perante mais uma oportunidade perdida e veremos afinal que os sacrifícios penalizam sempre os mesmos e uma minoria tudo faz para se safar passando entre os pingos da chuva.
José Luís Rodrigues
(Imagem google)

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