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sexta-feira, 29 de junho de 2012

As cerejas


Nobre vermelho da paisagem
Que me ensinam na encosta.
Um poio
Um galho partido
Uma morte enfim sem fruto para nunca mais.
Quem disse do trabalho?
Ou da brutalidade que faz essa faina?
- Ó se não fora o gosto…
O prazer de uma festa
Quando se despega
Um pé
Da cereja nobre
Que testemunha o sumo.
Eis o mistério
Que vejo no paladar das mãos
Enrugadas na hora da colheita
Feitas pela ternura de uma mãe.
José Luís Rodrigues
Uma homenagem a todos os que fazem a colheita das cerejas. Um trabalho irreversivelmente duro...

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