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sábado, 3 de novembro de 2012

A noite das angústias


A noite de ontem foi uma soberba noite de angústias. O PPD-Madeira realizou eleições internas para confirmar o líder que está à frente deste partido há quase 40 anos ou para colocá-lo fora sem brio elegendo um segundo candidato, que pela primeira vez ousou ou teve o desplante de se candidatar a líder deste partido. Por uma unha negra não chegou lá o segundo candidato. Todos vaticinaram a derrota do segundo candidato, ninguém acreditava na sua vitória tendo em conta a campanha terrível que estava a ser feita contra o candidato e contra todos os que se colocassem ao seu lado. As ameaças foram horríveis e a desproporção de meios uma aberração. A falta de ética e a violação das mais elementares regras democráticas duas coisas absurdas vistas por toda a gente. Quanto aos ataques pessoais, uma desgraça que será melhor esquecer. Tudo algo muito impensável em qualquer lugar onde a democracia funcione minimamente.
Vamos adiante. Ontem foi uma noite de angústias, porque a coisa estava a ficar negra para todos os tachistas e para todos os que sempre têm defendido/votado a favor do regime que nos desgoverna actualmente. Vai para bem próximo dos 40 anos. A candidatura oficial tremeu e tremeram os graxistas desta terra, que andaram semana atrás de semana a pregar com as palavras mérito e gratidão a torto e a direito. Afinal, a tão propalada «meritocracia» e a «gratocracia» falhou redondamente. Há agora metade de um partido que ainda quer o passado, mas que hoje uma grande parte já estará arrependida de ter obedecido ao medo e à chantagem. Há outra metade que não quer de forma nenhuma o líder vencedor. Foi uma não vitória. Como alguém dizia e bem, estávamos perante uma quase vitória de um e uma quase derrota de outro. Bem vista esta análise. Não ver isto será uma tragédia pessoal para quem ainda pretende arrastar-se na cadeira do poder. Para nós vai acabar por ser penoso ver alguém que tanto fez pela Madeira, sair pela porta estreita e humilhado pela sua família partidária. É assim a vida.
Ontem um jovem desta democracia da Madeira Nova dizia que o Santo Amaro tinha chegado mais cedo, começava hoje o varrer dos armários. Este menino vai longe. Por estas e por outras será bom de se ver a guerra que aí vem e dar-nos-á algum gozo ver como acaba um partido que manietou tudo e que impôs a democracia como quis sem olhar a meios. Agora bebe do próprio veneno que fabricou para matar os outros. Viram como ontem se provou que toda esta malta corre para os cargos, benesses e tachos que o partido foi concedendo ao longo dos anos? - Foi dito alto e bom som, a metade do partido que votou contra era aquela gente que nunca tinha tido cargos a nível da Europa, a nível Nacional e a nível Regional. Está dito. A boca fugiu para a verdade.  
Mas, ontem também foi de grande angústia para todas aquelas entidades que beneficiaram com as famosas obras da Madeira Nova. Entre elas destaco a Igreja Católica da Madeira, que se flagela por causa dos imensos milhões prometidos pelo Governo Regional, mas que ainda não recebeu. A tragédia que seria ganhar um que não é tanto dado a acomodar a consciência a rezas e a participação em missas. Um problema sério e ontem fez verter alguns suores frios a alguns que ainda esperam na beira da gamela dos subsídios prometidos às igrejas novas e outros mamarrachos que a paisagem pode testemunhar.
Por fim, fica aqui o registo, tenho vergonha que a única freguesia do Funchal, onde resido, tenha sido a única onde ganhou a lista oficial. Acho bem que não venham com queixumes para a minha roda. Faz pena que não se vá percebendo que chegou e confirmou-se ontem que já estamos no «Outono do Patriarca» (Alusão ao livro de Gabriel Garcia Marques). 

Imagem Google...  

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