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sábado, 22 de dezembro de 2012

Precisamos de um fim do mundo a sério

Hoje sinto-me deprimido, até mesmo triste. Passei estes dias todos a dizer que não acreditava que o mundo acabasse, o que correspondia à verdade, mas lá no fundo, nalguns momentos sempre me assaltava o desejo que o mundo acabasse mesmo. Agora estou assim.
O mundo que esta humanidade inventou não acabou, infelizmente. Então, vejamos, não acabou a injustiça, não acabou a ganância, não acabou a fantochada de governantes que ingenuamente colocamos à frente dos nossos destinos, para desbaratarem os bens que são de todos, se pavonearem nas praças como se fossem eternos e donos do mundo. Não acabou a loucura que nos rodeia, insensível às pessoas, que brinca e joga com elas como se fossem objectos ou peças de dominó. Uma tristeza.
Sim, precisávamos de um fim do mundo. Melhor, precisamos de um fim do mundo, para que, os sofrimentos que a irresponsabilidade provoca tenham um fim também. Precisamos que acabe o mundo, para surgir regenerada uma sociedade outra, onde a fraternidade, o bem comum, a paz e o entendimento entre as pessoas sejam uma realidade quotidiana.
Precisamos que este mundo acabe, sim senhor, para que os corruptos tenham fim, os mentirosos e os enganam mundos e fundos desapareçam por completo. Mais ainda desapareceria a insensibilidade em relação aos outros, os mais pobres, os indefesos, os frágeis, porque crianças, porque já idosos ou que não tiveram sorte, a sorte de serem apadrinhados por um familiar ou amigo que estava na hora certa e no lugar certo para ser feito o assalto daquilo que chamaram «singrar na vida».
Pois, precisamos de um fim do mundo para que o poder deste mundo tenha a sua morte, porque este poder não é serviço a todos, mas apenas a alguns, familiares, amigalhaços, bajuladores e os que são fiéis não aos valores mas aos chefes e ao dinheiro que querem açambarcar. Seria o fim da cobiça que há neste mundo.
E este tal fim do mundo livrava-nos da carga enorme de impostos, veríamos iguais entre iguais os que sem vergonha auferem salários e reformas em duplicado, seria o fim de tudo o que os espertalhaços fizeram para se enfartarem nas mesas bem recheadas à custa da maioria que faz ginástica todos os meses para amealhar uns troquitos para pagar as suas despesas. Os tais que gozam com o povo, sugando sem vergonha o pão que lhes estava destinado para matarem a fome. Os que não se importam com o povo, isto é, importam-se sim, quando precisam dos seus votos. O fim disto tudo seria uma grande alegria para nós.
É urgente um fim do mundo para que tenham fim todas as loucuras desmedidas que acompanham a humanidade e se encontre caminhos que sejam mais humanos e a sociedade seja um local de saudável convívio para que a felicidade não seja uma miragem mas o condimento essencial do sentido da vida. Sem um fim do mundo a sério não haverá mais nada que nos safe. Que o Natal nos ajude a provocar o fim deste mundo e a sermos sábios a inventar outro mundo feito com pessoas a sério. Porque este mundo tal como o temos não nos serve... É urgente que tenha um fim.

1 comentário:

José Leite disse...

Faz falta acabar de vez com esse mundo cão da promiscuidade entre política e poder financeiro que está na génese de toda esta hecatombe e tem como rostos mais visíveis os paraísos fiscais...