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segunda-feira, 15 de abril de 2013

E se as pessoas fossem o mais importante

No programa Face a Face deste Sábado, 13 de Abril de 2013 na Antena 1 Madeira, dois comentadores residentes deste programa revelaram o seguinte quando estavam a comentar a sentença sobre a queda da palmeira no Porto Santo, que provocou duas mortes.
O Dr. Ricardo Vieira, advogado de um dos arguidos, defendeu que o tribunal tinha decidido não porque a palmeira estivesse inclinada e podre nas raízes, aos olhos de toda a gente e que mais tarde ou mais cedo a palmeira cairia, mas estava doente porque apresentava umas manchas nas folhas. Só mesmo por falta de visão e com interesses se pode dizer uma coisa destas, uma árvore não cai por estar inclinada, sinal de que não tem resistência na sua base, mas porque tem manchas nas folhas... Poupem-nos desta lógica, por favor.   
A seguir o Engenheiro David Caldeira apresentou a sua versão, que consistiu em quase lamentar que tenham sido condenados o antigo presidente da Câmara e os vereadores, porque estamos na presença de um precedente grave, a partir de agora, o ónus da responsabilidade dos políticos em qualquer serviço público não pertence à instituição, mas às pessoas que estejam à sua frente.
Estas lógicas são lamentáveis e enquadram-se no pensar triste que tem sido levado a cabo pela instrumentalização democrática ao longo destes anos todos, que violando todos os princípios, nunca levou a que nenhum político até hoje tenha sido responsabilizado pelas asneiras que vai fazendo. Não é chamado a contas pelo desbaratar do bem comum, pela irresponsabilidade perante a segurança dos cidadãos e pela demissão em relação a tanta coisa que vai provocando vítimas que nunca verão a justiça ser aplicada no sofrimento que lhes foi causado pela incúria, pela demissão e pelo encolher de ombros que tanta escola tem feito na nossa tradição democrática em nome da obediência partidária ou por bajulação ao chefe todo-poderoso ou em nome de interesses das negociatas que os políticos sempre realizando quando se apanham nos lugares estratégicos.
Por estas e por outras, onde se vê que os políticos se protegem uns aos outros, livrando-se das responsabilidades negativas, empurrando-as para entidades anónimas, vão desrespeitando os cidadãos e descredibilizando a justiça, para que cheguemos a este patamar onde ninguém é culpado de nada. Os jogos continuam assim, mesmo que estejam em causa vidas humanas, o bem comum e o futuro de várias gerações. Ah, como seria tão bom que começássemos a pensar mais nas pessoas!
Quanto a este assunto da queda da palmeira do Porto Santo, digo o seguinte.
Uma coisa será a queda de uma árvore saudável, hirta e cheia de vigor e outra que venha ao chão com aquela inclinação como a que apresentava a palmeira de Porto Santo, como se pode ver na imagem, a tempo denunciado e testemunhado por meio mundo. Quando tal acontece, alguém deve ser responsabilizado, pois claro! Porém, outra coisa pode ser cair uma árvore saudável, um tecto de uma casa ou de outra coisa qualquer, sem que ninguém se tenha apercebido… 
Bom, exactamente, como em tudo, o bom senso deve ser norma que dita as regras do jogo. Mas, neste mundo as coisas são mais ao sabor do dinheiro e da lógica dos dois pesos e das duas medidas. Até quando? – Até ao momento em que a coragem seja uma realidade e ponha na ordem esta cambada que desbaratou os valores e os princípios que mancharam o melhor sistema político até agora experimentado, a democracia e as suas instituições, em nome do egoísmo e da ganância mesmo que o bem público e a segurança dos cidadãos sejam entregues à mais crua insensibilidade.
Última nota. Gostei da análise e do cuidado que manifestou Luís Filipe Malheiro, quanto à sentença da queda da palmeira. Veio substituir o Professor Virgílio Pereira, que deixou o programa Face a Face por razões pessoais. 

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