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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Um cego, um corajoso e uma novela real

Esta brincadeira/novela real daqueles que nos desgovernam já provocou milhões de prejuízos à economia portuguesa. Uma irresponsabilidade horrível que, pelas notícias não vai dar em nada. E para que os prejuízos ainda sejam maiores, com mais sofrimento à mistura para os mais frágeis do nosso povo, estes ilustres da treta vão continuar a desgovernar o nosso país. Autores de um filme que ninguém advinha o epílogo, porém, calculamos as desgraças que virão e o susto que teremos quando chegar a factura para todos nós pagarmos. Nisso não pensam estes senhores.
Maior desgraça ainda, não temos Presidente da República. Aliás temos, mas tem-se revelado um inerte, um homem sem chama, que não é quente nem frio, um cego, caso que nos deve fazer citar o Apocalipse: «Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca» (Ap 3, 16). 
Este homem, com altas responsabilidades, principalmente o de representante da Nação, porque não se envolve mais directamente na solução dos problemas, com influência clara para que o entendimento seja possível e neste caso convoque imediatamente eleições para que os portugueses se pronunciem e coloquem à frente dos nossos destinos um governo com legitimidade para renegociar com condições aceitáveis o pagamento da dívida? – O que falta para que aconteça o mais normal em democracia, irmos a eleições quando a crise de governação acontece? - Não vejo outro caminho para este imbróglio. Vamos então ter o recuo do irrequieto Paulo Portas. O tal que alguns ontem consideraram como «corajoso», a partir de hoje pode ser tomado como «o pacóvio covarde» que não foi capaz de levar até ao fim uma decisão, que considero irresponsável e desmedida face à nossa situação financeira e mais ainda se tomarmos a sério todo o sofrimento causado com as gravíssimas medidas que «o corajoso» Portas foi aprovando e dando cobertura ao longo destes últimos dois anos. Agora com puro calculismo fez o que fez. Não será esquecido tão cedo este número de circo.
A razão de tudo isto radica isso sim, na falta de coragem para levar a sério medidas que saiam um pouco fora do habitual, isto é, que penalizem sempre os mesmos, os mais frágeis. Por isso, desejo um governo que me represente na aplicação da justiça, que tenha em atenção os mais frágeis, que vá ao encontro dos cartéis que albergam grandes grupos económicos que pressionam os políticos e fazem deles peças telecomandadas.
Desejo um governo limpo na luta contra todas as formas de corrupção e que promovam leis que sejam justas e não leis absurdas que nada resolvem mas que fazem as pessoas simples e indefesas andarem de cabeça à roda. Precisamos isso sim de governantes que tenham em conta uma fidelidade incondicional ao mandato que lhes foi concedido pelo povo em sufrágio universal. Mais ainda de governantes que tirem as pessoas do povo que governam da miséria, que os defendam face às investidas da alta finança, das troicas e de todas as forças obscuras que pensam só no lucro desenfreado e pouco ou nada se preocupam com a sangria dos povos. Precisamos de governantes sóbrios que abdiquem das mordomias e do escândalo que tem sido os gastos astronómicos com toda a engrenagem que os rodeia na governação. Que tomem atitudes exemplares.   
Se não arrepiamos caminho, vamos a passos (e com Passos) largos para a banca rota e o sofrimento ainda será mais grave e todos os sacrifícios feitos nos últimos tempos são enviados às urtigas. Algo anda mal neste país, mas ainda pode ser possível, tem que ser possível, outro caminho, outras opções, outra seriedade, outra verdade e outro empenho interessado apenas no bem que se deseja para todos.

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