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terça-feira, 9 de julho de 2013

Uma viagem alerta do Papa a Lampedusa

O Papa Francisco visitou a ilha de Lampedusa para realizar a sua primeira visita apostólica fora de Roma. O Papa que colocou os pobres no centro da sua missão visitou nesta segunda-feira a ilha que serve de porto de abrigo a milhares de imigrantes. Pediu um «despertar das consciências» para combater a «globalização da indiferença».
Não podia vir mais a propósito uma viagem deste género, carregada de uma mensagem profundamente simbólica, aliás, como são imensos os gestos simbólicos deste Papa. Os nosso tempos estão marcados por uma onda avassaladora de emigrantes e de imigrantes. São milhares os que sobem da África atravessando em condições profundamente desumanas o Mediterrâneo para chegar à Europa. Esta migração é terrível, está envolta numa mortandade em massa, num tráfico de pessoas repugnante e inconcebível nos tempos que correm... O Papa pretendeu denunciar toda essa exploração, apelar ao acolhimento e fazer despertar o mundo todo para a atenção que deve ter em relação a esta miséria que afecta os povos mais pobres, que, cansados do sofrimento, se lançam à procura, sabe Deus em que condições, só porque almejam uma vida melhor.
Escolha de Lampedusa para a primeira deslocação fora de Roma é altamente simbólica para um Papa que colocou os pobres e os excluídos no centro do seu pontificado e lançou um apelo à Igreja para que regresse à sua missão de os servir, notam as notícias, acrescentando que esta viagem coincide com o início do Verão quando se intensificam as travessias. «O resto da Itália e a Europa têm de ajudar-nos», disse à AFP a presidente da câmara de Lampedusa, Giusi Nicolini.
A ilha italiana do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa da Tunísia e da Líbia, é uma das principais portas de entrada para a União Europeia, juntamente com a fronteira entre a Grécia e Turquia. Desde Janeiro, 4000 imigrantes chegaram já à ilha  esse número é três vezes maior do que os do ano passado. 2011, com as Primaveras Árabes, foi particularmente movimentado. Nesse ano, cerca de 50 mil imigrantes e refugiados desembarcaram em Lampedusa, metade dos quais vindos da Líbia e da Tunísia, cuja costa fica a pouco mais de 100 quilómetros da ilha.
Muitos atravessam em condições precárias e perigosas. De acordo com números das Nações Unidas,  desde o início do ano, 40 terão morrido na travessia entre a Tunísia e a Itália, um número menor que em 2012 quando houve registo de quase 500 mortos ou desaparecidos. Como se pode ver, estamos perante uma tragédia, que o Papa pretendeu denunciar e alertar a Europa e as nossas consciências para uma realidade que nos passa ao lado, porque como diz o Papa se globalizamos tanta coisa boa que vai fazendo as delícias do nosso bem estar, mas também há outras que vamos globalizado, o egoísmo e a indiferença.
Neste âmbito nós, que vemos partir e outros a chegarem, sejamos tolerantes e não nos esqueçamos nunca desta realidade da migração humana. Tudo o que ela implica nos faça despertar sempre para fazer o bem e que nos incomode sobremaneira todo o sofrimento que este género de deslocação humana sempre vai semeando.

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