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quinta-feira, 6 de março de 2014

A Quaresma e o esquema de Jesus

Comentário do domingo I Quaresma, 9 março de 2014
A quaresma é o tempo litúrgico da conversão, que a Igreja marca para nos prepararmos para a grande festa da Páscoa. É tempo para o arrependimento, de mudar algo de nós para construirmos um mundo melhor e podermos viver mais próximos de Cristo. A Quaresma dura 40 dias, começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. É um tempo de deserto de reflexão onde se procura fazer uma purificação de todo o mal.  Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esfoço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual, tempo e preparação para o mistério pascal. Na Quaresma, Cristo convida-nos a mudar de vida. Nos, em Igreja, somos convidados a viver a Quaresma como um caminho para Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Como se vê há uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a «parecer» mais com Jesus Cristo, já que por acção das nossas falhas, nos afastamos mais de Deus.
Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar dos nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e a apreciar a Cruz de Jesus, como sinal de libertação da nossa própria cruz. Com isto aprendemos também a tomar a nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição e a vida plena de Deus.
Os textos da missa deste primeiro domingo da Quaresma são um convite à «conversão», isto é, deixarmos tantas coisas desta vida e deste mundo que nos desviam de Deus e da nossa dimensão espiritual. Pois, os textos chamam-nos a colocarmos Deus no centro da vida, aceitar que seremos mais humanos e mais felizes se estamos em comunhão com Ele, escutar o quais são as suas propostas de salvação para o mundo e tudo fazermos para levar à prática os Seus planos de uma vida mais justa, mais fraterna, com mais igualdade e oportunidades para todos e a lutarmos com toda a convicção pela amizade e pela fraternidade humana.  
A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Por isso, quando inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte, é sinal que não cumprimos a nossa principal vocação, sermos felizes e tudo fazermos para que os outros também sejam felizes connosco.
A segunda leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte, este esquema está ainda profundamente impregnado no mundo e em tantos homens e mulheres que escolhem este caminho para fazerem vingar os seus esquemas pessoais, mesmo que isso conduza ao sofrimento e à morte. O esquema de Jesus gera vida plena e definitiva. O Seu exemplo ajuda-nos a descobrirmos o sentido da vida verdadeira, que nunca se reduz a um pensamento só sobre si próprio a favor do mal contra alguém. Vai ao encontro de todos, mesmo até daqueles que às vezes nos querem mal.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele mostra-nos que uma vida que aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido, e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar para que seja exemplo para tantos outros que eventualmente ainda não conhecem estas propostas.  

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