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quinta-feira, 13 de março de 2014

A transfiguração que nos eleva para o sentido da vida

Comentário à Missa deste domingo, II tempo da Quaresma, 16 março de 2014
"Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente...", a brancura significa que o lugar de onde é Jesus, é puro e santo. Tudo o que se refere à transcendência, à divindade de Jesus, apresenta-se com uma brancura refulgente. "Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias...", duas personagens do Antigo Testamento, que nos atestam claramente que tudo o que se está a passar com Jesus enquadra-se com o conjunto de toda a História da Salvação. São eles que falam da morte de Jesus em Jerusalém. Os personagens do Antigo Testamento, mostraram e viveram a expectativa do Messias, está Ele agora presente na humanidade para salvar a todos com a sua acção redentora que passa pela experiência da morte em Jerusalém. "O sono", este aspecto mostra-nos como todos nós facilmente nos deixam levar pela sonolência e nos desligamos daquilo que Deus tem para nos mostrar. Repare-se que, quando os discípulos despertaram, maravilharam-se com o poder e a glória manifestada em Jesus, que levou Pedro a pronunciar o seguinte: "Mestre, como é bom estarmos aqui!...", estar na presença de Deus é bom. Pedro revela-nos que esse calor de amor que emana da presença amorosa do lugar de Deus é sempre uma experiência que dá prazer e realiza plenamente as pessoas na felicidade.
"veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra...", a nuvem simboliza a presença divina, que abraça todo o mistério da transfiguração que acaba de se dar neste lugar. A nuvem na cultura Bíblica tem a força da presença de Deus que envolve com o Seu amor a realidade onde deseja manifestar-se.
"Eles (os Apóstolos) ficaram cheios de medo...", a presença de Deus, por vezes, provoca medo, porque o nosso coração se ocupa de coisas desnecessárias em relação à fé, isto é, em vez de acreditarmos de verdade no Seu amor e na Sua misericórdia, concebemos no nosso coração um Deus todo-poderoso que castiga e se vinga contra nós. Esta visão de Deus é totalmente destorcida e não tem sentido diante das palavras e gestos amorosos de Jesus. Repare-se na expressão que pronuncia a voz de Deus: "Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O". Deus apresenta-nos o seu Filho muito amado e pede a cada um de nós que se deixe envolver pelas suas palavras, isto é, que seja capaz de o escutar porque a Boa Nova que Ele nos trás, é uma notícia que nos salva do sofrimento e da morte.

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