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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Continua o desafio da comunicação para a Igreja Católica

Eco reflexivo do Congresso sobre os 500 anos da Diocese do Funchal...

O maior desafio da Igreja Católica hoje deve ser o da sua relação e convivência saudável com a comunicação social. Durante imenso tempo a Igreja através dos seus membros esteve convencida que podia impor ab eterno a sua reflexão sobre a visão apocalíptica dos meios de comunicação social. É óbvio que tal pregação falhou redondamente. Hoje continua a braços com este desafio. Anda à procura do modo como lidar com todos os meios de comunicação que proliferam a um ritmo estonteante e com contornos tão diversificados que quase se torna impossível acompanhar.
Quantas vezes andam alguns membros da Igreja Católica concentrados no mais primário, desejam que os órgãos de informação passem só o que é positivo ou então pretende que tais meios de comunicação sejam como que «uma carrinha para transportar Bíblias» (Padre António Rego), publiquem fotografias, façam reportagens e vídeos das festas ou mensagem cozinhada ao gosto de uma pessoa ou de um grupo. Esta postura completamente distorcida, soa a ridícula e é motivo de charadas com gargalhadas à mistura entre os profissionais dos meios de comunicação social.
Mais grave é que a meu ver, uma instituição que ainda não aprendeu a comunicar internamente nunca vai saber comunicar para o exterior. Jesus no Evangelho de Mateus sem revelar os métodos, porque os remeteu à inteligência e ao engenho humano, mandou: «O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados!» (Mt 10,27). É preciso começar já internamente para depois ser feito com eficácia exteriormente sem qualquer medo nem muitos menos com a mania da diabolização mais o terrível maniqueísmo absurdo.
Um grande mestre da comunicação próximo de nós, o Padre Tiago Alberione, alertou: «Hoje não basta a pregação nas igrejas, é preciso usar todos os meios. Realmente, em poucos anos o mundo transformou-se e nós, para caminharmos com o mundo, precisamos atualizar-nos. É necessário usar o cinema, a rádio, a imprensa, a televisão e todos os outros meios que o progresso humano inventar, para podermos comunicar a Boa-Nova do Evangelho». Aqui está a lucidez de quem percebe que a necessidade de atualização deve ser uma postura constante na vida da Igreja Católica.
Todos nós como Igreja, não devemos ter medo da comunicação multifacetada e que nada nos trave quanto ao anúncio profético da mensagem da salvação. A Igreja é de todos e para todos, não vale que no seu interior se cultive direitos e deveres desiguais. Nada de segredos patéticos. Nada de continuarmos com a terrível mania de que alguns são mais iluminados do que os restantes. Por isso, aos mais diretamente responsáveis na Igreja por essa missão da comunicação que se deixem do segredo e do obscurantismo, anime-se com alegre esperança à riqueza enorme da ação do Espírito Santo que está em todo o lado, mesmo até naqueles lugares onde a comunicação algumas vezes não nos agrada.

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