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sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Lúcia Campos entrou na dimensão da eternidade

Homenagem...
Na nossa vida passam pessoas que consideramos serem eternas, que nunca iriam morrer, só nos damos conta ao contrário quando efetivamente deixam este mundo. A Lúcia estava distante daqui, vivia em Feira de Santana, uma cidade do nosso irmão Brasil que aprendi a gostar através das publicações da Lúcia na sua cronologia no facebook. Já vi as ruas, as casas, os carros, os bairros, a vida social, a vida religiosa e, especialmente, os seus habitantes que Lúcia amava desmedidamente que nos mostrou nas suas notícias sempre cheios de vida, de alegria, de sorrisos. Ai como ela sempre me dizia que nós portugueses não sorriamos nas fotos, sempre sérios, tristes... Não deixei de lhe explicar que somos mais sombrios, aqui havia muito frio e que éramos o povo do fado. Não aceitava com toda a razão, nada do que eu dizia justificava que não sorríssemos ou que não estejamos alegres como ela e o seu povo sempre estão.
O seu trabalho na luta pelos direitos humanos era para mim extraordinário, admirável. Foi um testemunho. Com toda a certeza que deixou sementes que irão rebentar pujantes e frutuosas como foi a linda Lúcia, a mulher com o coração de mãe maior do que este mundo. Era universal. A memória das pessoas grandes nunca se apaga, porque lançam sementes abundantemente férteis.
A partir do dia 11 deste mês de Junho calou-se a Lúcia aqui no facebook e em Feira de Santana. Só hoje tomei conhecimento do seu falecimento. Mas partir do sábado passado comecei a ficar preocupado, o poema que publiquei não teve opinião da Lúcia, não via a sua partilha, daí a minha estranheza quanto ao seu silêncio. Pois, era isso, deixou de admirar, de ler, de corrigir e de partilhar os meus poemas e todos os meus textos neste mundo, porque a sua vida tinha entrado na glória de Deus. 
Vai fazer-me falta esta amiga, esta professora, esta excelente mulher e mãe, não apenas dos seus filhos naturais, mas daqueles que Deus fazia passar pelas suas mãos. Tinha um coração universal. Daí que me tenha descoberto pela maravilha da tecnologia dos nossos dias e ficamos um com o outro na amizade dita de virtual, mas tão sentida, tão próxima, parecíamos vizinhos de longa data. Como sou feliz por ter conhecido a riqueza da Lúcia Campos ou Lucinha como carinhosamente na sua cidade a tratavam. 
Foi e é uma grande amiga para mim, embora distante. Agora silenciosamente, Deus chamou-a à sua presença, era preciosa de mais para continuar neste pequeno espaço que é o nosso mundo. Deus precisou dela para construir o grupo dos intercessores dos direitos humanos, os defensores da fé e da Sua Igreja, que a inquietou tanto no amor e que serviu de uma forma exemplar nas várias pastorais.
Bem hajas Lúcia e contarei sempre com a tua amizade, cuidando de todos nós aí junto de Deus no lugar da vida abundante e eterna. Descansa em paz na casa de Deus Pai e Mãe. E porque não morreste, citando o poeta - gente que tinhas muito em conta, porque amavas a poesia - o nosso gigante Fernando Pessoa: «Morrer é só não ser visto, é fazer a curva da estrada». Efetivamente foi isso que te aconteceu Lúcia Campos. Até um dia onde seremos tudo em todos felizes para sempre, sem facebook, mas na comunhão eterna do amor de Deus.

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