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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Somos enviados para construir a vida

Comentário à missa deste domingo XV tempo comum, 12 de julho de 2015
A forma verbal da palavra "abençoar", significa, bendizer, louvor, exaltar e este emprego desta palavra é natural pelo que Deus realizou em favor da mulher e do homem através de Cristo. Lembre-se, a humanidade jamais deve ser louvada ou, exaltada. A verdade é esta, os salvos terão parte, desfrutarão da condição de exaltação de Deus por meio de Cristo.
Ser santo é o principal objectivo da eleição de nós por Deus. Somos eleitos de Deus individualmente e colectivamente, como povo ou nação. Porque o nosso Deus é comunitário (Santíssima Trindade: Deus Pai/Mãe; Deus Filho e Deus Espírito Santo), por isso, só pode salvar comunitariamente e desafia-nos constantemente para a comunidade, mas, quanto é difícil viver a comunidade, porque o egoísmo sempre toma conta de todos nós. A comunidade é o desafio maior que Deus nos oferece. O nosso mundo, precisa desta consciência cada vez mais, a crise de que todos falam, mas que só alguns sentem verdadeiramente, é fruto da perda do sentido da comunidade. Pensar nos outros devia ser a regra que comanda a vida da humanidade.
Mas, dada a nossa incapacidade para nos abrirmos ao bem comum, então, Deus no Seu plano, decidiu que nós seríamos seus filhos por intermédio do de Jesus Cristo. Por adopção somos filhos de Deus e com direito à sua herança inclusive. Que dom maravilhoso, Deus nos oferece, falta-nos tomar a sério esta nossa condição e fazer da nossa vida um dom para todos.
Nisto consiste "o mistério da Sua vontade": a doação da Graça de Deus para nós foi feita sem nenhuma ligação com qualquer mérito humano. É a oferta do grande amor que Deus tem por nós. Através do derramamento do Sangue de Jesus, alcançamos a redenção, o perdão dos pecados. A ira de Deus acabou, está sem efeito, porque sempre perdoada, a pessoa passa a viver uma nova vida, e este perdão é o início para que mais bênçãos venham a fluir na vida do cristão.
Assim, "Segundo a riqueza da sua graça, que Ele nos concedeu em abundância", ela foi mais do que suficiente para que recebamos o perdão dos pecados, a redenção e até a glorificação.
Deus revelou em Cristo, o Seu plano para connosco, para que por meio da Sua Vontade sejamos como Cristo e possamos partilhar com Ele todas estas bênçãos. O Papa Francisco convida-nos a lutarmos contra o individualismo para que a bênção de Deus nos abra aos outros e ao bem comum para travarmos o «generalizado individualismo» que nos separa e coloca uns contra os outros (cf. Evangelii gaudium, 99): «É precisamente a este mundo desafiador, com seus egoísmos, que Jesus nos envia, e a nossa resposta não é fazer-nos de distraídos, argumentar que não temos meios ou que a realidade nos supera. A nossa resposta repete o clamor de Jesus e aceita a graça e a tarefa da unidade» (de uma Homilia em Quito, Equador).
Por fim, fica-nos mais uma vez a certeza, Cristo é o centro de toda a criação (Cf. Rom. 8, 21; 1Cor 15, 28 e Col 1,16). Cristo é o Alfa e o Ómega (Cf. Pierre Teilhard de Chardin, Teólogo, que com esta visão melhor pensou o destino da pessoa). Em tudo isto está a nossa vida. Por Ele fomos criados, Nele vivemos e para Ele caminhamos.
Como vemos, tudo nesta vida ocorre com a vontade permissiva de Deus, quer sejam lutas que temos que enfrentar, sejam lágrimas de dor que temos de aguentar e sejam sorrisos de alegria que muitos momentos da vida nos trazem. Tudo ocorre com a permissão de Deus e isto tudo de acordo com o que ele já havia prefixado, decidido no início de tudo. 

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