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quarta-feira, 24 de maio de 2017

O sentido da vida e a Ascensão

Domingo da Ascensão (28 maio de 2017)
O que significa a Ascensão de Jesus? Ou, então, o que significa dizer que Jesus subiu aos céus? - Com toda a certeza que Jesus subiu aos céus. Porém, dizer que Jesus subiu aos céus é o mesmo que dizer: "ressuscitou", foi glorificado, entrou na glória de Deus.
Cristo subiu ao céu, o lugar do Pai e com Ele todos nós subimos à mais alta dignidade, tornamo-nos «coisa» divina: realidade divinizada, semelhante àquilo que Deus é, eternidade e plenitude. Santo Agostinho afirma-o de forma magnífica: «Considerai, com efeito, irmãos, o amor da nossa cabeça. Já está no céu e ainda trabalha sobre a terra, enquanto sobre a terra se afadiga a Igreja: aqui Cristo tem fome, tem sede, está nu, é forasteiro, doente, preso. Ele mesmo o disse: que sofria tudo aquilo que sobre a terra o seu Corpo padece. No fim dos tempos separará o seu corpo para a direita e os outros, pelos quais agora é oprimido, para a esquerda» (S. Agostinho, Sermão 137, 1-2).
No entanto, inquieta-nos saber que o corpo de Jesus foi colocado no sepulcro. Deus não precisava de nada do Seu Corpo material para tomar o Corpo de "Ressuscitado" que São Paulo chama de "corpo espiritual" (cf. 1Cor 15, 35-50). Numa palavra o mistério da Ascensão, por um lado, é o momento da partida de Jesus para Deus Mãe e Pai, mas, por outro, é também o momento em que toda a humanidade com Ele e Nele se vê elevada ao mais alto da dignidade. Isto é, em Jesus elevado ao céu toda a humanidade é tomada por Deus para se divinizar também. E nesta perspectiva fica confirmada a palavra de Santo Ireneu quando nos diz o seguinte: "em Jesus Cristo, tornamo-nos todos deuses".
Esta expressão parece forte esta expressão, mas revela-nos a densidade do amor de Deus encarnado na história concreta do mundo. A nossa condição material, perante o mistério da Ascensão de Jesus Cristo, assume o sentido total e último, o da glória de Deus. E, dessa forma, participamos efectivamente da divindade de Jesus e tomamos parte da mesa do banquete da plenitude da graça que Deus concede a todos os que se deixam envolver pelo seu amor.
Lucas, revela-nos que toda a realidade da terra: amores e a falta dele, sucessos e desgraças, aventuras e desventuras, justiças e injustiças, alegrias e tristezas, esperanças e desesperanças, saúde e doença, ausência de dor e sofrimento e até os factos mais absurdos, como uma morte cruel... Nada está fora do plano de Deus. Tudo em Jesus se envolve na "multimédia" do amor. A isso chamamos de salvação, que se encontra na elevação da vida que devemos manifestar nas palavras e nos gestos concretos.

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