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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Perante tantas tragédias é possível a Esperança Cristã?

Não diria melhor. Paulo Victória, in imissio. net
Nos últimos meses as notícias tristes têm-nos invadido diariamente. A lista é enorme: refugiados que morrem à procura de uma vida sem guerra e fome; cristãos perseguidos e mortos pelo estado islâmico; atentados terroristas nas nossas cidades tão bem "organizadas e serenas"; acidentes; incêndios e agora, o roubo de armamento militar... Perante tudo isto é possível uma esperança cristã?

Ainda é possível esperar? Enquanto aumentam o número de vítimas de redes terroristas e conflitos absurdos é possível ser sinal de esperança? É possível continuar a acreditar num futuro melhor, quando o próprio Estado não consegue socorrer os seus cidadãos, no caso dos incêndios ou protegê-los, salvaguardando o seu próprio armamento? De que forma?

Reacender a esperança naqueles que mais sofrem é nosso dever enquanto cristãos. Não existem receitas feitas. Ao ver a morte de tantos familiares ou de tantos habitantes da mesma aldeia, o que nos "assalta" é o sentimento de impotência e consequente falta de coragem para dar uma palavra de ânimo.

Aliás, o que mais detesto é ver um padre ou um cristão, com um discurso cheio de presunção de quem sabe tudo e tudo justifica. Parecem os amigos de Job:

«Vós não sois senão embusteiros, todos vós meros charlatães. Se, ao menos, calásseis, tomar-vos-iam por sábios! Pensais defender Deus com linguagem iníqua e com mentiras?» (Job 13, 4.5.7)

Na casa da dor todos devemos entrar na ponta dos pés e em silêncio! Nada de frases feitas! Nada de receitas que resultaram com outros! A esperança cristã não é um ansiolítico! A esperança cristã não é uma anestesia local ou geral! A esperança cristã não é uma receita de culinária! O silêncio e a companhia, a presença e a compaixão deve ser aquilo que nos move para o irmão em sofrimento.

Perante a dor, o sofrimento e a morte, a fé deve-nos direcionar para a Páscoa de Jesus. Deus é salvador até na nossa morte, tal como na morte do Seu Filho. A esperança iluminada por esta Ressurreição força-nos a não desistir de acreditar na vida, e assim, dar sinais otimistas ao mundo e a todo o ser humano.

A esperança cristã é dom de Deus e fruto da comunhão com Ele e com todo o ser humano. E todos somos chamados a receber este dom. Só assim é que podemos continuar o nosso caminho sobre esta terra, levando com fé e compaixão, o sofrimento e a dor de tantas tragédias, espalhando sementes de amor e alegria.

Paulo Victória

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