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sábado, 6 de janeiro de 2018

O amor de Deus é forte como a morte

Ao sétimo dia
Tal como os pagãos dos tempos antigos que, por medo, lançavam os seus primogénitos para o fogo aos pés da estátua de Baal, também nós acreditamos que nos devemos sacrificar para ser agradável a Deus. Incapazes de compreender a grandeza, a beleza e o amor infinito de Deus, adoramos assim um ídolo criado apenas por cada um. Assim sendo, uma vida espiritual adulta e vivificante consiste em resistir e em recusar realizar qualquer prática religiosa cujo fundamento único seja o medo de Deus.
O dom supremo de Deus é o amor. Viver o amor verdadeiro e habitar num lugar onde se é sujeito na vivência do amor, conhecemos incondicionalmente a presença de Deus. A condição única de salvação, é a vida no amor, que não se consegue por simples meios humanos, como o confirma o apóstolo João: "Quem não amar não pode conhecer Deus, porque Deus é amor"(1Jo 4, 8).
O amor exorciza o medo e torna-nos livres diante do nosso ser e diante dos nossos semelhantes. Diante desta base, o amor é sempre um verdadeiro milagre. É sempre o dom que Deus nos faz de Si mesmo, é sempre uma experiência divina. Na comunidade de amor que pode ser a nossa, a presença de Deus é-nos oferecida sem preço algum livremente todos os dias. Se nos abrimos a esse milagre, podemos partilhá-lo com os outros em sinal de gratidão.
É que nós gastamos o coração e a inteligência com lógicas matreiras e maquinações interesseiras que nos perdem e nos envolvem no esquecimento fatal da perdição. O coração e a inteligência, segundo a perspectiva de Deus por Jesus Cristo, são para gastar no que é fundamental, isto é, no que salva e no que nos conduz ao Reino de Deus.
O amor de Deus é forte como a morte, dirá o Cântico dos Cânticos e onde não há amor ponha amor, dirá São João da Cruz. Pois, então, que melhores caminhos podemos delinear para nós próprios senão estes que nos requerem um bom uso da liberdade, da inteligência, da alma e do coração.
Não devemos entregar-nos ao amor como se fosse um negócio com regras e condições, mas como o único modo que nos identifica com Jesus, o Mestre maior da história do mundo. Por isso, com Mahatma Gandhi rezamos assim: «Mantenha os seus pensamentos positivos, porque os seus pensamentos tornam-se as suas palavras. Mantenha as suas palavras positivas, porque as suas palavras tornam-se as suas atitudes. Mantenha as suas atitudes positivas, porque as suas atitudes tornam-se os seus hábitos. Mantenha os seus hábitos positivos, porque os seus hábitos tornam-se os seus valores. Mantenha os seus valores positivos, porque os seus valores... Tornam-se o seu destino».
Desta forma compreendemos que o amor não é moeda de troca que requer condições, mas algo que nos envolve por dentro, nos anima e nos caracteriza totalmente. Só com esta forma de vida podemos descobrir a presença de Deus, pois Deus é amor, como nos ensina de forma extraordinária o apóstolo João.
O amor por Deus e pelos outros é um modo de ser, uma vida e um dom que se acolhe como manancial da bondade de Deus, que nos torna grandes não aqui no lugar desta vida material, mas lá no lugar do Reino de Deus.

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