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quarta-feira, 7 de março de 2018

As mulheres de Jesus

Escrever nas estrelas
1. O mundo antigo desconsiderava a mulher, o seu papel era desvalorizado e a sua condição era menosprezada. Porque era considerada um ser menor, que só servia para procriar, fazer os trabalhos mais duros das lides domésticas e da agricultura. Havia uma oração judaica que dizia o seguinte: «Dou-te graças, ó Deus, por não me teres feito mulher». Parece que ainda há muita boa mentalidade destorcida que ainda nos dias de hoje não se inibe de fazer este lamento…

2. No tempo de Jesus a mulher era considerada uma propriedade da vertente masculina da humanidade (o pai ou o marido). Esta forma de pensar elencava a fortuna do homem nesta base, era possuidor de escravos, das terras e da mulher. A mulher era vista como pecadora e mentirosa. A sua palavra em qualquer circunstância valia zero. Para pouco ou nada servia a sua palavra, por isso, não podia testemunhar num julgamento e se ainda assim o fizesse não tinha muito valor.

3. Neste contexto, Jesus nasce. O maior acontecimento realizado com Ele e por Ele, a Sua Ressurreição, vai ser transmitido em primeira mão às mulheres. São elas que vão a correr contar aos seus irmãos (os Apóstolos). Mas, tento em conta a mentalidade que ainda predomina entre os Apóstolos, não as levaram a sério. Eram mulheres que traziam tão graves notícias e, mulheres, não era para levar muito a sério, não são de confiança. Porém, Jesus confia nelas e deseja que a horrível mentalidade dominante seja profundamente e radicalmente alterada.  

4. Os Evangelhos falam de nomes claros das mulheres de Jesus: Maria Madalena, que Jesus curou de «sete demónios», Salomé, mãe de João e Tiago, Maria de Cléofas, prima ou irmã da mãe de Jesus, Suzana e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes Antipas. Quem não se lembra do episódio interessante da visita de Jesus a Jerusalém, onde nos dá conta da grande amizade com a família de Lázaro, com as suas irmãs Marta e Maria. Jesus estimava muito esta família e muitas vezes passou pela casa de Lázaro.

5. A uma mulher, ainda mais sendo estrangeira, uma Samaritana, Jesus despido de preconceitos raciais, culturais e muito menos sexuais vai revelar pela primeira vez que é o Messias (Jo 4, 1-29). A mulher é um ser humano, nessa condição tem todo o direito de receber a salvação que irrompe de forma vulcânica do coração de Deus. Jesus joga à cara o seguinte, o que nos mata são os preconceitos, por isso, eles ainda existindo no nosso tempo, fazem-nos prisioneiros que precisam de conversão e de libertação. Deus é para todos. Ninguém em Deus é mais ou menos, todos reúnem a condição para serem considerados no máximo do amor de Deus.

6. O grupo de Jesus tinha muitas mulheres. Os tempos de hoje, vá lá saber-se com que interesses, muitos não querem ainda reconhecer esse dado. Obviamente, que será até a um dia, porque a realidade vai impor-se por si mesma. Não fôssemos nós termos a certeza mais do que segura, que é uma injustiça contra o Evangelho e contra a vontade de Jesus.

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